A grande questão que se pretende propor neste trabalho é aquela referente a alguns aspectos problemáticos apresentados pela democracia, os quais, inclusive, a podem corroer por dentro como uma doença ou um inimigo oculto. Responder à pergunta que dátítulo a este texto é crucial. Afinal, qual democracia é tão almejada? Até que ponto as pessoas são e desejam realmente ser democráticas? De que modo esse desejo e suas limitações podem ser prejudiciais ou benéficos à democracia? Essa revisão do status quo da Democracia na contemporaneidade, para além da cômoda posição de considerá-la já estabelecida como finalidade indiscutível na seara política, é muito importante para a sua conservação e, por que não, para sua crítica construtiva. Especialmente quando vemos pulular tendências ao autoritarismo e até mesmo ao totalitarismo, apresentações de modelos capitalistas totalitários como possíveis opções (v.g. China) e até mesmo a defesa de governos burocráticos que não necessariamente buscariam sua suposta legitimidade no sufrágio popular. Alguns se encantam com essas opções, principalmente aqueles que não vivem ou viveram sob o tacão desses regimes ou que talvez pensem que farão parte da classe dirigente. Especialmente aqueles que não experimentaram ter como impulso para a atuação em seu dia a dia simplesmente um sentimento humano avassalador que é nada mais, nada menos do que o medo.