RECONFIGURAÇÃO DA MODERNIDADE BRASILEIRA

No final do século XX, predominava aexpectativa de que os conflitos políticos no mundo pós-colonial e pós-socialista se concentrariam entre projetos social-democratas e neoliberais. No entanto, o século XXI revelou novas linhas de tensão, marcadas pela financeirização, automação e precarização do trabalho, desdemocratização, fragmentação do espaço público e ascensão da extrema-direita, bem como a afirmação de novos polos de poder no sistema internacional. A pandemia de COVID-19 agravou essas tendências, demandou mais do Estado, desorganizou cadeias produtivas, abriu caminho para disputas geopolíticas e acelerou transformações digitais. Nesse cenário, repensar os paradigmas da análise política contemporânea tornou-se uma tarefa urgente. Este livro se organiza em torno de três eixos temáticos: (i) “Trabalho, Tecnologia e Desenvolvimento”, com textos sobre redes sociais e mobilização política, transformações no trabalho informal e novas formas de ação sindical; (ii) “Estado, Sociedade e Democracia”, com capítulos que analisam a crise democrática, as transformações e fases da modernidade e sua relação com os regimes constitucionais; e (iii) “Economia e Mudanças Climáticas”, que discute as respostas estatais à crise ecológica, a transição verde e o modelo de bioeconomia amazônica. A obra se encerra com um posfácio sobre o cenário internacional, destacando o papel da China, dos BRICS e da COP Belém de 2025. Se os capítulos podem ser lidos de forma autônoma, em conjunto oferecem uma análise crítica e articulada das transformações em curso no século XXI, com pegada teórica e especial atenção à realidade brasileira. As autoras e autores reunidos nesta coletânea produziram textos claros e concisos, voltados tanto a especialistas quanto a estudantes e leitores interessados nos temas abordados. A proposta é lançar questões, inspirar novas investigações e fomentar o debate público.