Os primeiros três capítulos da obra estão consagrados à crítica de concepções dominantes na filosofia do espírito. Constituem uma tentativa de superar o dualismo e o materialismo. Os cinco capítulos seguintes procuram, sucessivamente, propor uma caracterização da consciência: Ultrapassados o materialismo e o dualismo, como situar a consciência em relação ao resto do mundo? Como explicar a sua irredutibilidade evidente de acordo com os esquemas tradicionais de redução científica? Mais importanteainda: quais as características estruturais da consciência? Como explicar o inconsciente e a sua relação com a consciência? E quais as relações entre a consciência, a intencionalidade e as capacidades de Plano de Fundo que nos permite funcionar no mundo como seres conscientes? No decurso destas discussões, o autor tenta superar toda uma série de dogmas cartesianos, tais como o dualismo das propriedades, o introspeccionismo e incorrigibilidade, mas o esforço principal que é realizado nestes capítulos não se exerce num plano crítico. John Searle tenta localizar a consciência no âmbito da nossa concepção geral do mundo e do resto da nossa vida mental. O autor dedica o penúltimo capítulo da obra à apresentação das suas críticas anteriores do paradigma dominante na ciência cognitiva, e no último capítulo dá algumas sugestões sobre o modo como se poderia estudar o espírito sem cometer, na sua opinião, tantos erros crassos. Um livro à altura do seu autor e do tema, no mundo.