Em meio a tempos de tantas adversidades, fazer a leitura desta obra poética nos leva a refletir sobre a maneira como as pessoas transformam o mundo a sua volta e a si mesmas. Memórias e vivências diárias que se tornam poesia levam o leitor a conhecer ou a rememorar os tempos de outrora; quando a natureza ainda era “quase intocada” e em certa linearidade foi transmutada, conforme cada necessidade. Memórias puras, tal qual criança em sua ingenuidade, nos conectam com uma ambiência de unicidade com a Mãe Terra e o Divino. O rural, o urbano, o espiritual e o solo Sagrado são espaços e elementos que unem o ser humano com o seu lugar, com a sua gente. Entrelaçando finitas recordações, Retratos Escritos nos mostra que o que é belo pode ser visto nas pequenas coisas, nos simples gestos realizados pelas pessoas, no compartilhar conhecimentos, na preservação da cultura, ou mesmo no lento abrir e fechar de asas de uma borboleta. Aprecie cada um destes movimentos em sua singularidade e se conecte na totalidade de cada poema de Retratos Escritos. Gilson Backes Mercedes, julho de 2021