Roma: ano de 1674. Uma romeira portuguesa de origem nobre deambula pela cidade, observando, atentamente, os monumentos que evidenciam a grandeza pretérita de Roma. Encaminha-se para a Chiesa di Sant'António dei Portoghesi, onde assistirá ao sermão da Rainha Santa, proferido pelo Padre António Vieira. De volta ao reino de Portugal, lê todos os acervos documentais que lhe são facultados, para descortinar a História – aquela que consta nos registos oficiais: do cronista Ruy de Pina ao Doutor Francisco Brandão, passando por fólios ainda por catalogar existentes na Torre do Tombo. Os registos que lê nos scriptoria ou nas bibliotecas vão desvelando a belíssima relação afectiva e literária que envolve Dom Dinis e Dona Isabel, remetendo para ligações culturais que unem o reino de Portugal a Aragão; para a influência da literatura provençal e da obra de Dom Alfonso XI, o Sábio, na lírica de Dom Dinis, e para a problemática que envolve a erecção dos Estudos Gerais, em Lisboa. Através de uma incursão psicológica, a narrativa diegética vai mostrando, de forma paulatina e singular, a dualidade anímica em que se vê Dona Isabel, ante dois amores igualmente sublimes: o que dedica a Deus e o que experiencia com Dom Dinis.