ROSA CÂNDIDA

Numa prosa refinada e de intenso apelo visual, Audur Ava Ólafsdóttir constrói uma espécie de romance de formação, cujo protagonista nos cativa com sua ternura e com a sensibilidade de suas reflexões sobre sexo, morte e paternidade. Tímido e solitário, o jovem Lobbi parece viver aos caprichos do acaso: no intervalo de um ano, sua mãe perdeu a vida num acidente e sua primeira filha nasceu. Desconfortável com a paternidade e oprimido pelas expectativas de seu próprio pai, ele só fica à vontade quando está cuidando das plantas na estufa de casa. É essa paixão que o fará abandonar sua Islândia natal e se aventurar em outro país com a missão de devolver o esplendor ao célebre roseiral de um monastério. Mas a viagem acaba se revelando, antes de tudo, uma jornada de autodescoberta.