Dá-se o nome de Bardo ao período intermediário de 49 dias situado entre morte e renascimento (seja isso visto como reencarnação ou ressurreição), em que primeiro nos aparecem as imagens ligadas àquilo que sempre quisemos reter, seguidas daquelas que sempre tentamos esquecer, (mas que, por uma estranha razão, nunca conseguimos de fato erradicar de nossa mente). Recentemente, na Universidade de Michigan, em registros de "quase morte", verificou-se um aumento da atividade elétrica cerebral logo depois da parada cardíaca. Depois, o silêncio. Naturalmente, opositores dessas observações alegaram que isso acontece pela falta de "inputs" que o cérebro receberia naquele momento. Mas será que esse momento não poderia simplesmente envolver esse processo de lembranças queridas, seguido de uma transferência para outra memória, transcendental, mais profunda, subconsciente, onde estariam também os elementos mais indesejáveis? No Bardo Thodol ou Livro Tibetano dos Mortos, como ficou mais conhecido no ocidente, se diz que, nessa fase, começam a aparecer as divindades ditas "furiosas". Divindades decorrentes de construções mentais que nós mesmos fazemos e cujo reconhecimento seria importante para que não houvesse uma rejeição dessa nossa natureza, logo após ter-se iniciado o processo de Bardo. Essas construções mentais, por sua vez, obedecem a um certo tipo de padrão, arquetípico, segundo o autor, e poderiam ser minimizadas na sua aparência pelas nossas atitudes durante a vida. Isso tudo seria de importância capital, para permitir-nos não só viver melhor esta vida aqui, como atingir "a outra margem" em segurança, quando chegar a hora. Acompanhe-nos nesta viagem rumo aos nossos demônios pessoais, à essência de todas as religiões, e descubra como superar a si mesmo com a ajuda do seu subconsciente.