SILÊNCIO, MEMÓRIA, RESISTÊNCIA

Enquanto analistas do discurso, pesquisadores da área de Ciências Humanas, temos o papel de mostrar, ética e politicamente, como podemos ler de outro modo, produzindo resistência aos discursos hegemônicos, que reproduzem a ideologia dominante. Com um olhar sensível e uma escuta atenta, os pesquisadores que assinam os artigos dessa coletânea buscam, ao analisar desde os discursos mais corriqueiros do nosso cotidiano até aqueles presentes em documentos históricos, compreender as contradições que atravessam os processos de significação. Assim, acatando a lição de Pêcheux de que, para produzir resistência, é preciso “começar a se despedir do sentido que reproduz o discurso da dominação, de modo que o irrealizado advenha formando sentido no interior do sem-sentido”, o conjunto de textos ora apresentado ao leitor refletem sobre como a política e o político atravessam os discursos, tendo como fio condutor a relação entre silêncio, memória e resistência.