O livro que ora entregamos aos leitores – Sociedades em movimento – é fiel a seu título. Nessas duas primeiras décadas do século XXI, uma realidade se impôs. Os fluxos de migrantes não dizem respeito apenas àqueles que migram, mas ao conjunto das sociedades impactadas pelas rotas e pelos destinos de partidas e de chegadas. Os migrantes nos alertam: para além do tradicional deslocamento de pessoas de países de origem aos países de destino, vivenciamos processos múltiplos, rápidos e não definitivos. O longínquo se tornou próximo e os laços sociais entre aqueles que partem e os que ficam, que outrora tendiam a se esvanecer, agora se mantém, por vezes se fortalecem. Quando se movem os indivíduos, a mídia divulga, parlamentares debatem e propõem, dirigentes políticos modificam suas agendas e discursos, eleitores reagem, entidades civis e religiosas se mobilizam e organismos internacionais vêem sua atuação ora aplaudidas, ora questionadas. Numa palavra, as sociedades se movimentam. Para refletir sobre esses fluxos convidamos autores nacionais e estrangeiros, da Argentina, do México, de Portugal, da Alemanha, da França e da Grécia. Contudo, o livro não é a justaposição finita de experiência ímpares. Ele nos fala de aspectos de sociedades que não podem ser compreendidas pela fixidez, mas pelas interdependências criadas pelos indivíduos migrantes; definitivamente as sociedades estão em movimento.