É de Oscar Wilde, colocada na boca de uma personagem em 'O Retrato de Dorian Gray', a frase que afirma não ter existido aquilo que não foi narrado. Temos, sim, um grande contingente de pesquisadores em Comunicação e Cultura, nos diversos centros de pesquisa ligados às universidades de todo país. Porém, o que se vê, ou melhor, o que não se vê, é o fruto destas investigações científicas por falta de canais possíveis para fluir até o público que, mesmo existindo, é como se não existissem. O pouco que é publicado no Brasil sobre pesquisas enfocando as Teorias da Comunicação caminha sempre em um mesmo sentido: sempre as mesmas vozes reverberadas pela mídia. Existe uma exclusão evidente para aqueles que se iniciam no campo das pesquisas acadêmicas, ficando sempre restrito aos seus pares, jamais atingindo um espectro maior de leitores. A Coleção azul traz em sua proposta a abertura de um espaço de discussões sobre processos, teorias e objetos da Comunicação. O projeto da coleção abre seu caminho com as perguntas que Martino, Berger e Craig fazem sobre as condições de produção do pensamento comunicacional, desde a formação dos alunos até as matrizes epistemológicas capazes de gerar novas teorias e repensar as já existentes.