Este livro é fruto de uma pesquisa que teve por objetivo desvendar as resistências e assujeitamentos das jovens travestis na escola. Aborda o uso de táticas que as jovens/estudantes/travestis fazem para burlar a disciplina e o controle e produzir linhas de fuga para o acesso e a permanência no espaço escolar. Como as estudantes travestis se movem na ordem normativa da escola? Como constroem sua experiência de ser jovem travesti na escola? Quais as possibilidades de resistência diante desse ciclo de interdição e práticas reguladoras do sexo existentes na instituição escolar? . A negação das travestis no espaço da sala de aula resulta no confinamento e na exclusão, que as transformam em desviantes e indesejadas. Quando isso ocorre no ambiente escolar, a pressão normalmente é tão intensa que impele as travestis a abandonar os estudos, sendo disseminada a ideia de que foi sua própria escolha. Esta justificativa tenta mascarar o fracasso da escola em lidar com as diferenças, camuflando o processo de evasão involuntária induzido pela escola. As travestis pesquisadas se assujeitam e resistem para poder sobreviver; em alguns momentos, elas sucumbiram ?ao peso de forças adversas, mas também conseguiram gozar ?as alegrias da solidariedade.