UM MÚSICO BRASILEIRO EM BAYREUTH SEGUIDO DE DOM PEDRO II E RICHARD WAGNER

Que a música brasileira tem impacto internacional, sendo reconhecida em todo o mundo, já sabemos e isso já acontecia muito antes de Anita, Sepultura, Chico Buarque e Tom Jobim. Ela começa no século XIX, quando o apoio do então Imperador D. Pedro II, fez contato com Richard Wagner, o alemão que era o principal nome da música clássica na Alemanha, e portanto no mundo. As histórias desse intercâmbio que promoveram os nomes como os de Carlos Gomes e Teófilo Braga, que por usa vez difundiram a obra de Wagner no Brasil é resgatada pela pesquisa realizada por Ricardo Giannetti em dois ensaios, publicados em um único volume: Um músico brasileiro em Bayreuth seguido de Dom Pedro II e Richard Wagner.

O primeiro ensaio nasce em 2013, ano em que publicou o estudo “Um músico brasileiro em Bayreuth” na edição brasileira do livro Richard Wagner e Tannhäuser em Paris, de Charles Baudelaire. Ampliado, o ensaio faz, de acordo com Harry Crowl, “uma justa homenagem a Francisco Braga (1868-1945), autor do nosso Hino à Bandeira, que não só foi um dos maiores divulgadores da obra de Wagner no Brasil, mas também ofereceu relatos, originalmente escritos em português, sobre as récitas do Anel do Nibelungo, em 1896, e Parsifal, em 1897, em Bayreuth, às quais ele esteve presente”. O segundo ensaio trata da contato entre D. Pedro II e Wagner, além da opinião dele sobre o músico alemão na correspondência entre o imperador e o conde de Gobineau.

Um registro histórico repleto de curiosidades, que não deixa de ser relevante, por contar histórias do nosso passado imperial, ao contrário, demonstra que nossas raízes culturais, especialmente a riqueza da nossa música, independe do regime político do país e sim do talento de seus personagens.