'A Urologia na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo-SP – 1964-2007', de Frederico A. de Queiroz e Silva, surgiu do desejo de escrever sobre a Urologia Paulista, considerando como paulistas todos aqueles que para São Paulo vieram e cultivaram 'uma cultura diferente das demais deste país continental'. Em um trabalho de pesquisa e resgate de cunho histórico e memorialístico, o autor discorre sobre a influência de eventos históricos e as condições ambientais que determinaram 'hábitos, usos e costumes' de grupamentos humanos das regiões Nordeste e Sudeste do país, em particular; colheu informações sobre o início da Urologia Paulista, da relação materno-filial da Santa Casa de Misericórdia com a Faculdade de Medicina da USP e o organograma da sua disciplina de Urologia; ressaltou o papel da Congregação da FMUSP frente ao Regime Militar que se instalou de 1964, lamentando os excessos cometidos e discordando da intenção dos oposicionistas de deslustrar professores titulares da USP solidários com aquele regime de exceção. A obra ainda enfatiza o espírito empreendedor dos primeiros paulistas e ressalta feitos mais recentes. Faz também referência aos primeiros transplantes de órgãos na América Latina, às atuações dos líderes nas associações de classe ou fora delas, aos concursos para suprir a vacância nos cargos de professores titulares de Urologia, à equipe de professores titulares e livre-docentes de Urologia durante o período e aos discípulos que se tornaram professores da disciplina em outras faculdades de Medicina. A fim de enriquecer o livro com uma visão de quem esteve próximo dos fatos, ao longo do texto o autor permite-se expressar suas opiniões, mesmo sabendo que dificilmente serão consensuais.