Algumas expressões são muito empregadas, mas pouco explicadas ou sequer minimamente definidas. Este é o caso das expressões "uso político" e "grupos de pressão", amplamente utilizadas em setores regulados como o Setor Elétrico Brasileiro, um setor que, por constatações empíricas documentadas, tem sido impregnado por forças e interesses políticos há décadas. Tais expressões aparecem em vários tipos de publicação, desde as generalistas, como jornais diários e revistas semanais, até as especializadas, como relatórios de analistas financeiros. Como seria possível "identificar e quantificar o impacto do uso político no Setor Elétrico Brasileiro" se o próprio conceito de "uso político" não estava claro? De que forma tal uso político se manifesta formalmente? Seria possível sistematizar a análise de tais manifestações? Como mapear os principais atores - ou "grupos de pressão" - que protagonizam este fenômeno? Em busca de respostas apoiadas em conceitos formais, os autores se aprofundaram na Teoria de Grupos de Pressão do economista Gary Becker, ganhador do Prêmio Nobel de Economia de 1992. Com base nesta teoria foi desenvolvida a plataforma conceitual que deu suporte a este livro, um texto que certamente será uma referência importante para que se compreenda de forma empobrecimento de uma das empresas mais tradicionais do setor elétrico brasileiro. A partir de uma coletânea de artigos publicados no jornal Diário da Manhã, de 1994 a 2010, o livro explica porque empresas elétricas estatais de Minas Gerais e Paraná tiveram caminho inverso ao da Celg. Voltada não apenas para especialistas e profissionais do setor elétrico, a obra é leitura indispensável para quem busca informações sobre a história econômica de Goiás e do Brasil.