'ZoroBabel' não é uma pesquisa histórica sobre a vida do líder israelita citado no antigo testamento. Não é um livro de contos, nem de poemas, artigos, aforismos ou entrevistas, apesar de conter tudo isso. As fronteiras entre os gêneros se dissiparam aqui. Também não é o que, aparentemente, parece ser: um caleidoscópio de ideias. É outra coisa: um encontro com os caminhos sinuosos do autor. Mas não se iluda com os rótulos, aqui Pedro Rosas exige nossa parceria na leitura, o encontro sempre será consigo mesmo. E ninguém sairá ileso. Em tempos virtuais, é preciso filtrar o caos e recriá-lo. Mas nem por isso deixar de encontrar nesse cenário uma possível transcendência. Cabe tudo em 'ZoroBabel'. Cabe a angústia existencial, a dor, a doença, o medo, a cura, a revolta, o espanto, um segredo. Cabe uma canção, uma ironia, um grito punk, uma saída, uma encruzilhada, um labirinto, um silêncio. Pedro se derrama nos textos, com ternura e terror. Um vestígio de ontem e de hoje. Uma ideia para amanhã dentro e fora de nós.