Parafraseando Paul Éluard (‘não há modelo para quem procura o que nunca viu’, Londres, 1936) afigura-se que não poderá haver decisão racional sobre aquilo que não se conhece. Daí, a importância, crucial, que a Informação assume no contexto da ação gestiva e organizacional - por que é a Informação que, potencialmente, diminui o grau de incerteza ou de ignorância do decisor sobre aquilo em que quer intervir ou atuar. Ora, de tal trivial constatação decorre, inexoravelmente, que a Informação tem de ter um Valor - como, inclusive, o art.º 35.º da Constituição da República parece reconhecer! Historicamente a Gestão preocupou-se com a racionalização da utilização e consumo dos diversos recursos económicos (Terra, Equipamentos, Capitais, Pessoas), mas, sobretudo a partir de meados dos século XX, o principal agente económico deixou de ser o indivíduo e passou a ser a ‘Organização’ - e esta, nomeadamente, em consequência da internacionalização e da mundialização dos negócios, configurou-se, crescentemente, como Organização Baseada na Informação (OBI). Em consequência, a Informação tornou-se no recurso (e bem económico), relativamente, mais importante, exigindo cuidados, preocupações técnicas e científicas adicionais na sua produção, armazenamento, utilização e Gestão, tendo surgido uma panóplia de tecnologias que têm impactos, significativos, no trabalho da Gestão - mas, que não substituem, nunca, o trabalho do Gestor. Aliás, basta analisar ‘a morfologia e o metabolismo do processo decisório’, que constitui o trabalho do Gestor, para verificar em que consistiria tal contra senso. Todavia, o mainstream, os fornecedores (ditos ‘parceiros’!), o discurso público, os média e, até, algum discurso académico continuam a enfatizar, a endeusar, a mitificar e a mistificar