Para Paul Allaire, presidente da Xerox, "estamos numa briga sem regras". Jack Welch Jr., presidente da General Electric, concorda: "se você não está confuso, não sabe o que está acontecendo". Diante de um mercado descontínuo, flutuando num mundo em mudança radical, as empresas não podem mais sobreviver e muito menos crescer seguindo os velhos cortes de custos, enxugamento das assessorias, processos de reengenharia e coisas parecidas. O universo dos negócios, varrido por mudanças tecnológicas e geopolíticas, assolado por preocupações sobre um futuro desconhecido e imprevisível, está em busca de respostas. Algumas delas, já aplicadas pelas maiores empresas deste planeta, foram bem resumidas por Michael Fradette e Steve Michaud em O poder da cinética corporativa. Os dois descobriram que o futuro não existe. Como disse Rod Rodin, presidente da Marshall Industries, "tudo é uma questão de tempo. O futuro é agora. Não os próximos cinco anos, mas os próximos cinco minutos". Neste ritmo, a única saída, acreditam os autores, é a "empresa cinética", isto é, a que se movimenta sem parar, em todas as direções, seguindo todas as tendências, aproveitando todas as oportunidades. A "empresa cinética" tem duas regras básicas. A primeira: servir a um único cliente. Claro, não se trata de ter um único e minguado freguês, mas de "prover os relacionamentos de vendas, produtos e serviços para atender às infinitamente diversas e mutáveis exigências de cada um dos clientes". A segunda regra: agir em tempo zero, isto é, satisfazer as exigências do cliente e explorar imediatamente as oportunidades de mercado através da colaboração e da ação simultânea em toda a empresa. Neste admirável mundo novo as empresas se adaptam ao futuro "que não existe". A Internet vende mais CDs que as lojas especializadas, mais carros usados que a maior revenda de Los Angeles. Os bancos vendem seguros e as seguradoras operam redes de serviços gerenciados de hospitais, médicos e outras especialidades.