Não há dúvida de que pluralidade e diversidade só adquirem dimensão ampliada quando ancoradas pela inclusão. Ao mergulhar na leitura desta coletânea de artigos, reunidos por Bayard Boiteux e Matheus Oliveira, reforcei a grata constatação de que a herança ancestral da cidade que mereceu a alcunha de “maravilhosa” reverbera através da adoção primeira no engajamento desses conceitos, elementos característicos da própria formação da cultura brasileira. Mantendo intocada a beleza de uma geografia indiscutivelmente exuberante, diversa em sua própria natureza – que traz como símbolo um Cristo de braços abertos – o Rio de Janeiro encarna o próprio conceito do espírito plural, que representa um padrão vocacional dos que aqui habitam. Os escritos, ora compartilhados, fazem emergir essa diversidade étnica, cultural, biológica, turística e geográfica, amplificada por abordagens que, embora distintas, dialogam entre si. A unidade temática transforma a pluralidade em harmonia. A diversidade é a superfície da inclusão. Os textos que o leitor tem em mãos oferecem, com evidente sensibilidade, não só um olhar social, político, religioso ou psicológico, mas passeiam também por especificidades, como a democratização da cirurgia plástica ou o posicionamento da pluralidade por meio de projetos culturais, como o “Música no Museu” que, com suas diversidades, oferecem inéditas oportunidades de inclusão social. Ao finalizar a leitura dessas páginas, o arsenal simbólico que a coletânea põe em marcha nos convida a repensar, igualmente, na assertividade da escolha do tema, promovendo uma profunda reflexão. É preciso buscar a conscientização necessária a respeito de questionamentos que exigem incluir, de maneira ampla e diversa, a nossa máxima atenção. - Manoele Ferrari Jornalista e escritora. Embaixadora de Turismo do Rio. Membro-correspondente da Academia Espírito-santense de Letras e do IHGES.