TRANSIÇÃO ENERGÉTICA, JUSTIÇA GERACIONAL E MUDANÇAS CLIMÁTICAS

A crescente convicção de que o planeta atravessa uma crise climática que pode levar a uma encruzilhada ecológica sem retorno está na raiz do recente clamor por uma transição energética. Isso porque a obtenção de energia é uma das maiores responsáveis mundiais pelas emissões de Gases de Efeito Estufa, os GEEs, na medida em que a humanidade se fia, intensamente, em fontes fósseis, e consome cada vez mais energia. Assim, dado o momento vivenciado pela humanidade, assolada por uma pandemia com consequências ainda pouco previsíveis, pergunta-se: há potencial para acelerar ou retardar a transição energética? E quando sobrevier a recuperação, como segurar as emissões? É possível fazer deste momento um gatilho do processo de descarbonização do mundo? Ou é muito mais provável que a recuperação seja puxada pelos fósseis, abundantes e baratos, cuja infraestrutura já está montada e disponível? Quais as soluções de descarbonização que surgirão com mais chances de implementação? E como o potencial e a vocação de cada local ou região podem ser contabilizados e transformados de potencial em contribuição para a redução de emissões, efetivamente? Os artigos aqui reunidos buscam responder estas e outras questões. Esperamos colaborar com reflexões e instigar soluções para os anos vindouros.